Em janeiro de 2024, o Brasil registrou 6,7 milhões de empresas endividadas, um aumento de 300 mil em relação ao mesmo período do ano anterior. O valor total das dívidas alcançou R$ 127,8 bilhões. Em média, cada empresa inadimplente tinha 7,1 contas em atraso, sendo o setor de serviços o mais atingido.
À frente da T4 Consultoria, auxiliando pequenas, médias e grandes empresas na reestruturação de sua gestão financeira, abordo a seguir sobre como empresas devem proceder no contexto de renegociar dívida com bancos e fornecedores.
As 10 maiores dívidas das empresas em recuperação judicial no Brasil somam atualmente R$ 141 bilhões, valor este que supera o Produto Interno Bruto (PIB) de quase metade dos estados brasileiros. Entre essas companhias estão: Americanas, Oi, Light, OSX Brasil, Paranapanema, Coteminas, Springs, Renova, João Fortes e Teka.
A incapacidade do fluxo de caixa para quitar dívidas, combinada com a dificuldade de gerar resultados e lucros suficientes para cobrir as altas taxas de juros, resulta em um cenário financeiro insustentável, especialmente entre as pequenas e médias empresas brasileiras (PMEs).
Renegociar dívidas com bancos e fornecedores torna-se um dos principais desafios entre as empresas, levando em muitos casos, ao pedido de recuperação judicial. A questão entre muitos negócios é: existem maneiras eficientes de renegociar dívidas junto a fornecedores e bancos que possam evitar uma medida judicial?
No momento de renegociação junto aos bancos e fornecedores é fundamental que a empresa siga esses passos:
Análise financeira da empresa
Inicialmente é necessário analisar detalhadamente as finanças da empresa, o que inclui fluxo de caixa, receitas, despesas e, claro, todas as dívidas da empresa, considerando quais são as prioridades com necessidade de renegociação com urgência.
Elaboração da proposta de renegociação
Este é um passo crucial para renegociar dívidas com bancos e fornecedores, levando em conta a real capacidade de pagamento da empresa. A proposta deve incluir detalhes como prazos estendidos, redução de juros ou multas e a possibilidade de parcelamento da dívida.
Contato com os credores
No processo de renegociação de dívidas com bancos e fornecedores, é essencial comunicar o interesse na renegociação. Para isso, é necessário agendar reuniões para discutir a situação financeira da empresa e apresentar a proposta de renegociação.
Momento da negociação
Este é um dos passos mais desafiadores para muitas empresas, por isso, é crucial contar com apoio especializado. A orientação para negociar a dívida é essencial para que o empresário saiba como conduzir o processo de forma transparente, explicando as dificuldades financeiras e os motivos que justificam a renegociação.
Vale destacar a importância da abertura a contrapropostas de maneira que se alcance um acordo viável para ambas as partes do negócio. Nem sempre será possível chegar a um acordo, além disso, é necessário se atentar à primeira proposta enviada pela instituição, se de fato, representa a melhor opção para ambos.
Formalização do acordo
Uma vez que se chegue a um acordo, é o momento de formalizar as novas condições em contratos ou em aditivos contratuais. Todos os detalhes precisam ser documentados com pormenores, o que inclui prazos, valores e garantias.
Um erro comum na renegociação de dívidas é comprometer o faturamento da empresa apenas com o pagamento das dívidas. É importante lembrar que a empresa também tem outras obrigações financeiras além de quitar os débitos.
Infelizmente, em muitos casos, a empresa opta por levar a administração financeira como for possível, sem corrigir problemas recorrentes que podem escalar para dificuldades maiores.
A orientação profissional especializada é fundamental para prevenir problemas financeiros e evitar que o negócio atinja um nível de endividamento descontrolado. No entanto, se o endividamento for inevitável, é crucial estruturar o orçamento mensal da empresa de forma adequada, garantindo liquidez para operar e cumprir o pagamento das dívidas.
Quando o endividamento com bancos e fornecedores sinaliza a necessidade de uma reestruturação financeira na empresa, buscar apoio especializado é a melhor decisão para evitar que a situação se agrave.
Marcelo Viana, fundador da T4 Consultoria, com ampla experiência em cargos executivos em grandes empresas brasileiras. É uma das principais referências quando o tema é Gestão Familiar.
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